No mundo das fechaduras eletrónicas e dos sistemas de acesso conectados, a tecnologia está a avançar a grande velocidade. Cada ano surgem novas opções que prometem instalações mais simples, maior alcance ou menor custo. No entanto, quando falamos de segurança física e cibersegurança nem tudo o que parece prático ou económico é confiável.
Um dos debates mais frequentes nesta área gira à volta da utilização da banda 433 MHz, uma tecnologia que alguns fabricantes apresentam como alternativa “de longo alcance” a protocolos consolidados como o Bluetooth Low Energy (BLE).
Mas, o que é exatamente esta frequência e porque é que pode representar um risco em fechaduras inteligentes? Vejamos.
O que é a banda de 433 MHz e porque é que algumas fechaduras a usam?
A banda de 433 MHz é uma frequência de rádio livre utilizada por uma infinidade de dispositivos quotidianos: comandos de garagem, estações meteorológicas, sensores de movimento…
A sua principal vantagem é que permite transmitir sinais sem fio de longa distância com baixo consumo e sem necessidade de licenças ou configurações complexas.
Por isso, alguns fabricantes de fechaduras eletrónicas apostaram nesta tecnologia, argumentando que reduz custos e simplifica a instalação, uma vez que precisa de menos gateways para comunicar com os dispositivos.
Em vez disso, o que pode parecer uma vantagem técnica torna-se um risco importante quando aplicado a sistemas de segurança: esta banda não foi projetada para proteger informações sensíveis ou resistir a tentativas de manipulação ou roubo.
433 MHz: o alcance que compromete a segurança
À primeira vista, as soluções em 433 MHz podem parecer atraentes:
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Maior alcance com menos infraestrutura.
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Instalação mais económica.
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Módulos fáceis de implementar.
Mas esse suposto benefício transforma-se rapidamente em problema quando entram em jogo fatores críticos como as interferências, a privacidade e a resistência a ataques.
A banda de 433 MHz é livre e partilhada: é usada em comandos de garagem até estações meteorológicas e sensores domésticos. Isto causa colisões de sinal, instabilidade e bloqueios temporários, além de deixar a porta aberta para ataques com equipamento muito acessível.
Vulnerabilidades frequentes em sistemas 433 MHz
O principal problema desta tecnologia não é apenas a saturação da frequência, mas a facilidade e baixo custo da sua exploração.
Com ferramentas económicas como os SDR (Software Defined Radio), um atacante pode:
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Intercetar e reproduzir sinais (replay attacks).
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Bloquear a comunicação com interferências deliberadas (jamming).
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Capturar quadros criptografados e analisá-los com facilidade.
Embora algumas implementações usem criptografia AES-128, isso não garante proteção real. Protege o conteúdo da mensagem, mas não impede ataques à disponibilidade nem a manipulação do sinal. E quando as chaves são fixas ou mal geridas, o nível de segurança diminui drasticamente.
Resumindo: a 433 MHz é uma tecnologia obsoleta e arriscada para uma fechadura conectada.
BLE: o padrão que lidera a segurança em fechaduras inteligentes
Face às limitações da banda 433 MHz, o Bluetooth Low Energy (BLE) oferece uma arquitetura moderna, segura e amplamente auditada. É a base das soluções mais avançadas do mercado e o padrão em que os grandes fabricantes confiam.
Eis aqui algumas das suas principais vantagens:
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Criptografia robusta e autenticação segura. O BLE incorpora AES-128, controlo de sessão e protocolos de emparelhamento seguros, como LE Secure Connections.
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Maior resistência a interferências. Usa frequency hopping, mudando constantemente de canal para evitar colisões de sinal.
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Ecossistema em constante evolução. O BLE é um padrão vivo, com atualizações, patches e suporte da comunidade tecnológica.
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Compatibilidade IoT. O BLE é a base de plataformas como o Matter, o padrão suportado pela Apple, Google e Amazon para a configuração segura de dispositivos inteligentes.
Não existe nenhuma tecnologia perfeita, mas o BLE provou ser a mais madura, confiável e escalável até agora para sistemas de acesso eletrónico.
Comparação prática: 433 MHz vs BLE
| Aparência |
433 MHz |
BLE |
| Alcance |
Maior alcance |
Alcance médio com gateways |
| Interferências |
Alta probabilidade |
Frequência adaptativa |
| Segurança de criptografia |
Limitada, dependente do fabricante |
Padrão integrado e auditado |
| Custo de ataque |
Muito baixo |
Elevado (requer equipamentos avançados) |
| Ecossistema e suporte |
Fragmentado, sem patches |
Amplo, mantido globalmente |
| Integração IoT |
Fraca ou nenhuma |
Base dos novos padrões |
A aposta da Omnitec: segurança sem atalhos
A conclusão é clara: mais alcance não significa mais segurança. Na Omnitec Systems colocamos à sua disposição fechaduras eletrónicas de hotel pensando em segurança, não em conforto comercial. Por isso, todas as nossas soluções BLE integram criptografia avançada, autenticação segura e gestão remota segura através de gateways.
Modelos como os OS SLIM da gama EVO demonstram que uma fechadura conectada pode oferecer tanto alcance como segurança real.
Se o padrão que impulsiona o IoT global confia no BLE, não faz sentido apostar em frequências vulneráveis como a 433 MHz, não acha? É claro que o BLE exige uma infraestrutura mais avançada, mas proporciona a tranquilidade e a robustez que uma fechadura online precisa. Na Omnitec, uma coisa é clara: a segurança não é negociada.
Quer dar o passo para uma solução segura e conectada? Descubra as soluções de segurança da
Omnitec Systems. Iremos ajudá-lo a encontrar o equilíbrio perfeito entre tecnologia, controlo e proteção.